No Jornal do Brasil do dia 12 de abril de 1961 a manchete falava de uma ajuda americana de Kennedy para Jânio Quadros que o então secretário do tesouro tinha carta branca para dar um empréstimo abrir o cofre, mas o grande destaque era para o julgamento do nazista Eichmann. Na capa outra notícia fala sobre gastos de construção de Brasília falando de uma verba mensal de Cr$500 milhões para obras no setor de construção com a justificativa de que melhoraria o desemprego no distrito federal,ao mesmo tempo na terceira página vemos uma nota, quase sem destaque, do Lacerda, então governador da Guanabara pedindo um empréstimo ao Bid e uma nota falando sobre um possível colapso no abastecimento de leite da antiga capital.
A visita do presidente da IBM recebeu mais destaque do que a visita do presidente da Itália, merecendo uma das raras fotos da edição. Um reclame de um show no recreio com strip tease demonstra o quanto ficamos mais hipócritas nesses 50 anos, as mulheres de família passaram a se vestir como dançarinas dos espetáculos daquela época e os jornais não publicariam um anúncio desses. Mais hipócritas e menos patriotas, o mesmo jornal fala que o então presidente do Santos Futebol Clube enviou um telegrama ao Jânio Quadros de que considerava inegociável o jogador Pelé. Quantos presidentes de clube fariam isso atualmente? Um anúncio da B.O.A.C. demonstra a mudança do pólo de poder definitiva da europa para os EUA no pós guerra, nem a B.O.A.C. que foi citada até em música dos Beatles, nem os jatos de Havilland Comet que faziam Rio-Londres existem em 2011. A de Havilland Aircraft Company faliu três anos mais tarde, a B.O.A.C. durou um pouco mais até que em 1974 um ato do parlamento se fundiu com a British European. O caderno de cultura falava de Bossa Nova como uma novidade musical em uma reportagem para a cantora Maísa, e podemos ver que os pedidos por protecionismo do cinema nacional não é de hoje.A Panair deixou de existir, Kennedy foi assassinado pouco depois, Jânio Quadros renunciou, a Maísa morreu, as colônias africanas se libertaram, dos prinicipais citados na edição de 12 de abril de 1961 do Jornal do Brasil só restou Fidel Castro.
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